Pests - Missão interna e one-post para Mackenzie A. Hawkins

Mackenzie esperava que seu dia fosse agradável. Após uma recuperação um tanto rápida, ela estava sentada calmamente na margem do lago, observando seu reflexo, esperando que as olheiras que agora possuíam a parte inferior de seus olhos desaparecessem após uma boa noite de sono. A maca da enfermaria não era das mais confortáveis.
Não se passaram nem cinco minutos de paz até o silêncio que acalmavam a garota serem interrompidos por uma pequena ninfa, que veio correndo em sua direção. Pôs suas leves e delicadas mãos sobre os ombros da filha de Afrodite, deixando um beijo no rosto dela. As duas já haviam conversado algumas vezes quando a semideusa passeava pela floresta, o que as transformou em amigas. A garota se sentou, passando os dedos delicadamente pela grama.
- Mackenzie, Quíron está pedindo a sua ajuda nos campos de morango. - Assim que a morena se levantou, a ninfa segurou sua mão, a puxando. - Você não foi mais no bosque. Promete ir?
Com um leve gesto de cabeça a garota concordou, começando sua caminhada até os campos de morango, onde a primeira coisa que viu foi dois semideuses correndo de um lado por outro e Quíron com a mão em sua "cintura". Sua cara de preocupado revelou que ela teria problemas.
- No que posso ajudar? - sem animo algum, ela cumprimentou o centauro.
- Olá, Mackenzie. Como pode perceber, nossos campos estão sendo atacados e completamente destruídos pelos Karpoi. Eu poderia pedir para qualquer outro semideus, mas você foi a primeira que veio a minha cabeça  e sei que tem habilidades suficientes para lidar com isso.
Ela deixou os ombros caírem, bufando. Tirou suas adagas de seu cinto e andou até o centro do campo, expulsando os outros semideuses que só deixavam as pragas ainda mais agitadas. Mackenzie já havia ouvido falar sobre os Karpoi, mas nunca esperou que fosse necessário enfrentá-los para salvar os preciosos campos. Quíron poderia ter considerado que a garota estava machucada, havia recém saído da enfermaria. Mas é óbvio, com a sorte que ela andava tendo, todas as coisas ruins deveriam acontecer com ela.
Enquanto seus pensamentos ainda estavam em sua falta de sorte, uma das pragas passou correndo em sua frente, arrancando os morangos mais belos que encontrava e os engolindo por pura provocação. Os seres de pequena estatura poderiam ser considerado fofos se não fossem servos da terra, Gaia - que já havia causado inúmeros problemas para os semideuses - e se não fossem extremamente irritantes.
Girou a adaga da mão esquerda e começou a andar da forma mais silenciosa que conseguia, observando do alto, espreita e pronta para matar cada um dos Karpoi que passassem. Eles eram rápidos demais para que ela conseguisse alcançá-los. Precisaria atirar.
Não levou nem cinco minutos para a filha de Afrodite correr até o chalé 10, pondo sua aljava nas costas, levando seu arco na mão direita. Assim que avistou os campos novamente posicionou uma flecha e correu o máximo que podia. Antes poderia estar de mau humor, mas assim que percebeu que poderia tornar a "caça aos karpoi" algo divertido, o ânimo tomou conta de seu corpo e um sorriso de seus lábios. Não estava mais ligando pra falta de paz que tinha no acampamento, ela finalmente percebera que ser uma semideusa poderia ser mais interessante do que imaginara.
Não passaram nem dois minutos até que ela visse uma das pestes correndo da ponta esquerda dos campos até o centro, onde o pouco que restara dos morangos estavam. Ela acompanhou com seus olhos, deixando a flecha parada pouco a frente de onde tinha certeza que o ser iria passar. O karpoi continuou seu caminho sem percebê-la. O ser pareceu surpreendido ao ter uma flecha acertando seu pescoço. Estava envenenada, então, se não estivesse morto, logo estaria.
Foi até o centro da plantação, procurando pelos outros nove seres gordinhos. Não sabia para qual lado ir, mas seu instinto a mandou para a esquerda. Por sorte ela ainda tinha a habilidade de encontrar o que procurava. Lá estavam dois, arrancando plantas e fazendo buracos sem parar. Haviam morangos jogados no chão, o rosto manchado da cor vermelha.
Prendeu o arco em sua aljava, esperando que não o estragasse. Voltou a tirar as adagas, desejando que eles estivessem com a barriga cheia o suficiente para não saírem correndo. Seus joelhos se flexionaram, abrindo um sorriso de canto ao ver que os seres continuaram distraídos mesmo com seus passos pesados se aproximando. Ela soltou um riso alto quando os seres a viram, pulando na direção deles.
- Morram, gordinhos! - ela riu mais ainda do que havia falado.
As pragas realmente não tentaram fugir? Não iriam dar trabalho nenhum? Talvez ela estivesse com mais sorte do que imaginava e o único bagunceiro já havia virado pó. As duas adagas fincaram na barriga de cada um deles. Um grito - se é que podemos considerar aquilo um grito - foi ouvido da boca dos karpoi pouco antes de desaparecerem também.
Só faltavam sete. Seu caminho continuou enquanto caçava um por um, acertando flechas ou arrancando suas cabeças sem muita dificuldade - depois de um pouco de prática é fácil encontrá-los. Podiam ser rápidos mas não eram muito habilidosos.
- Trabalho feito - sorriu para Quíron - Se precisar é só me chamar. Descobri que eu gosto de um desafio.