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Ficha de Personagem do
Kayleigh Denski Weis
História
:
–CALE A MERDA DA BOCA! – Essas foram as palavras berradas que despertou-me da transe, estava pensando enquanto mordia a ponta do corpo de uma caneta e meus olhos fitavam um papel pautado com apenas o meu primeiro nome escrito. Um currículo, eu estava tentando fazer um mero currículo, mas o que eu ia escrever? Nem faculdade estava fazendo, se tem uma coisa que não tenho vontade de fazer é faculdade, nunca entendia o que aqueles indivíduos chamados de professores diziam. –Sai daqui, David! – Mais uma vez a voz aguda invadia meu quarto, a voz era alta e se misturava com soluços, e ao mesmo tempo em que era alta, era falha e rouca. Essa voz é da minha irmã, a Caitlin, ela estava brigando novamente com o namorado. Eu já me meti em uma briga deles, mas foi só uma vez, e essa vez bastou por todas. Eu saí como a culpada, maldita foi à hora em que dei minha singela opinião. –Me solta. – A voz já não era tão berrante quanto antes e nem falhava, continha apenas soluços de choro recente e parecia um pouco amedrontada. Meus olhos se fecharam fortemente e meus dentes apertaram mais forte o corpo da caneta, quebrando-o. Uns minutos se passaram e não foi possível ouvir a voz de Caitlin, meus olhos se abriram e a caneta caiu sobre o papel pautado, atrás de mim era porta. E foi até aquele pedaço de madeira decorada, que ficava de pé com a ajuda de alguns parafusos, que eu fui. A maçaneta estava gelada e ela tinha uma coloração de tom dourado. Inspirei e expirei duas vezes, antes de abrir a porta. –Caitlin? David? – Indaguei baixo enquanto me afastava do quarto em lentos passos. A porta do quarto da minha irmã mais velha estava aberta, escancarada, e a plaquinha de “Stop” estava jogada no chão. Plaft ouvi um barulho como se algo tivesse caído, na cozinha. –Essa brincadeira não tem graça! – Falei em um tom de voz mais alto tentando engrossar a voz, mas ninguém falou nada. –Se matem, então. – Falei e me virei voltando para o meu quarto. Mas antes de dar continuidade a esse dia, deixe-me contar um pouco da minha história. Me chamo Kayleigh, Kayleigh Denski Weis, tenho 18 anos e moro no Canadá com minha irmã mais velha e com nosso pai, minha mãe morreu na hora do parto, e de certa forma sou grata à ela por ter optado por sua morte, para que eu tivesse vida. Meu pai disse que os médicos falaram “Ou é ela, ou o bebê.” E minha mãe disse que preferiu deixar que eu vivesse. Papai dizia que minha mãe não tinha família e por isso eu não conheci meus avos, tios e primos por parte de mãe. Lucy, minha avó paterna mora longe de nós e quase nunca liga para saber se estamos bem, e nas poucas vezes que liga é para falar com Caitlin, ela diz que Frederick (meu pai) devia ter ficado com a mãe da Cath e não ter terminado pra ficar com minha mãe. Ela não gosta de mim... Mas com o tempo aprendi a não dar a mínima importância para o que ela diz. Eu tenho um tio, o tio Mark, ele mora a um quarteirão de distância de mim. Até hoje não sei se ele e papai são irmãos de sangue, mas eles se tratam como se fossem. O resto da minha família? Não conheço, papai é afastado de todos. Caitlin... o que falar dela? Ela é uma irmã incrível. Quando éramos pequenas brincávamos juntas, mesmo ela sendo três anos mais velha que eu. E quando pequenas fizemos o seguinte juramento: Se você correr perigo, contigo correrei, se você estiver nos dias maus, contigo estarei. Se você for rica, rica serei, se você chorar, ao seu lado e contigo chorarei. Se você sorrir, farei você gargalhar, se você morrer, pedaço de mim morrerá contigo e pelo tempo em que eu viver, sempre lembrarei que minha alma foi sepultada no mesmo caixão que teu corpo. De onde pegávamos essas coisas? Mas até hoje me lembro do nosso juramento, e nossa amizade era mais forte do que muitas amizades espalhadas pelo mundo. Nós somos irmãs e melhores amigas, e desde pequenas uma cuidava da outra. Agora que já sabem um pouco da minha história, voltaremos para o trágico dia. Minha promessa para com Caitlin veio em minha mente e meus olhos encheram de lágrimas ao lembrar a voz amedrontada e com soluços pedindo para que o rapaz soltasse a jovem. –CAITLIN! – Berrei e meu corpo virou-se em um impulso, em fração de segundos eu já estava na cozinha. O corpo do papai estava no chão tomando banho com o próprio sangue, dava pra ver que ele ainda respirava, as pálpebras se moviam com certa dificuldade assim como a respiração era ofegante. Caitlin estava encostada na parede, seu rosto estava pálido, lábios arroxeados e suas bochechas molhadas com as lágrimas. –Pa...Pai! – Falei com a voz rouca enquanto ajoelhava ao lado do corpo. O homem ruivo abriu os olhos e direcionou seu olhar para mim, fitando-me nos olhos. –Me perdoe por tudo, eu te amo, pirralha. – Ele falou soluçando enquanto prendia o choro. As lágrimas escorriam por minhas bochechas involuntariamente. Meu pai estava morrendo, e agora só restara a Caitlin de família. Frederick desviou o olhar para sua filha mais velha e deu um sorriso esticando uma mão para a jovem que logo correra para próximo do corpo e segurara a mão quente do rapaz. –Cath, Cath... você foi uma menina incrível, você foi a filha que qualquer pai gostaria de ter. Você tem um grande futuro pela frente... – Ele tossiu fechando os olhos voltando a falar. –Me orgulho de ser seu pai, Caitlin, me orgulho de te ter como filha. – O ruivo caído no chão suspirou profundamente e engoliu a saliva logo dando continuidade à sua fala. –Filha, você sabe de toda a história, sabe o que fazer agora, me perdoe por deixar este fardo sobre você. – A cada palavra a voz dele ficava mais baixa e Caitlin chorava mais e mais. –Eu amo vocês duas, me perdoem. – Ele falou dando seu último suspiro. ••• O dia começara com uma cutucada em meu braço. –Kay, acorda. – Uma voz baixa me despertou, minha visão estava turva e minha cabeça doía, como se algo tivesse me atingido fortemente. –Estamos chegando ao aeroporto, e preciso que você acorde. – A voz que da menina que me acordara ressoou em meus tímpanos. –Tudo bem... – Minha voz saiu rouca e cansada. –Mas onde estamos indo mesmo? – Questionei coçando os olhos com as costas das mãos, a loura ao meu lado forçou um sorriso enquanto fitava-me, seus olhos estavam inchados e parecia cansada. –Nova Iorque, Long Island, uma ilha... você vai entender. – A loura falou e deu um sorriso forçado. Os olhos dela guardavam lágrimas, sim... o papai estava morto, é claro que ela passou a noite chorando. Quando o avião pousou, nós passamos em um local onde aluga carros e começamos nossa viagem para a tal ilha. –Vamos fazer o que, lá? – Eu estava no banco do carona e fitava a menina. –Não quer parar um pouco para descansar, Cai? – Perguntei preocupada com a garota e com a nossa segurança, ela corria o risco de, a qualquer momento, pegar no sono enquanto dirigia. –Kay, preciso esclarecer algumas coisas. Seja compreensiva. – Caitlin falou, ignorando a minha pergunta, mas certamente a resposta seria “não”. Ela precisa esclarecer algo, ok... Fiquei encarando a menina permitindo que ela falasse o que precisava ser dito. –Então... Sabe meu namorado? O David? –Assenti com a cabeça franzindo o cenho. –Então, ele não é meu namorado, e eu não sabia. Ele matou o papai, ele ia me matar. Ele queria te matar... Mas ele feriu o papai, e o papai o matou. – Meus olhos se arregalaram e senti minha garganta começar a arder enquanto prendia o choro. Então a culpa de o papai estar morto é culpa da Caitlin? Culpa dela, ela levou aquele cara pra dentro de nossa casa. –Você. Você matou o papai! Foi culpa tua! Se você não tivesse o levado lá pra casa o papai estaria vivo. – Falei encarando a garota enquanto algumas lágrimas passeavam pelas minhas bochechas. –Não, Kayleigh, a culpa é sua! – A garota falou, engrossando a voz. –Sua mãe está viva, ela é uma Deusa, uma Deusa daquelas mitologias que você gosta. – A loura bufou e revirou os olhos. –Isso soa tão idiota... filha de uma Deusa... – A menina deu uma risada irônica e prosseguiu. –Eu não sei bem de quem você é filha, o papai não me disse. Só me falou para onde te levar, e disse que você era uma semideusa. –A garota acelerou a velocidade do carro e continuou falando. –O David era um monstro, ele estava querendo te matar. E o papai descobriu isso, na nossa última briga. Ele queria você morta, e o papai deu a vida dele por você. – A menina falou baixo, dava pra notar que ela prendia o choro. Coloquei os pés sobre o banco e abracei os joelhos, chorando mais forte e alto. A culpa era minha, papai morreu e foi culpa minha, a Caitlin se envolveu em um relacionamento e estava apaixonada por um monstro mitológico, e a culpa é minha de ela ter se decepcionado amorosamente. –Pra onde eu vou? – Indaguei ainda abraçada com as pernas. –Você vai ficar comigo né? Você tem que ficar comigo. Não posso te deixar só me restou você. E onde você vai morar? –Continuei com as perguntas e encarei-a por alguns minutos vendo-a chorar enquanto dirigia. –Você vai para um acampamento com várias pessoas que são filhos de Deuses também, e eu vou morar com a vovó.–Ela suspirou profundamente. –Não posso ficar contigo, mas papai disse que você poderá sair de lá, às vezes. Mas você vai ter que estar preparada pra lutar com os monstros. – A menina falou e sorriu fraco continuando. –Você sempre vai ser minha irmãzinha, sempre vai ser uma parte de mim, e nossa promessa continua viva. Eu te amo, Kayleigh. – A menina falou e foi como uma pontada no coração. Frio, vazio, nada... eu estava me sentindo vazia por dentro. Meu pai morreu e agora estou sendo obrigada a me afastar da pessoa que mais amo, minha irmã. –Te amo, Caitlin. – Falei baixo e fechei os olhos. ••• Vento, frio, medo, angustia, tristeza. Assim eu acordei, estava ventando muito, meus pelos estavam eriçados e eu estava com medo, angustiada e triste. Ao meu lado estava Caitlin me fitando com um sorriso enquanto chorava. –Chegamos. –Disse ela. Chegamos no meu inferno, no lugar onde eu ficaria presa para não virar comida de bichinhos que deveriam ser apenas um mito. –Tá... –Falei baixo olhando para os matos e árvores. –Cadê o tal acampamento? –Perguntei e Caitlin apontou para cima do morro. Eu ainda teria que subir isso tudo carregando mala? Mereço. Suspirei profundamente e saí do carro. –Você me acompanha? – Perguntei olhando para a menina, pela janela do carona. –Claro! –Ela falou sorrindo enquanto saía do carro e abria o porta-malas para pegar minhas coisas. –Vamos. – Ela falou carregando uma bolsa, deixando apenas uma mochila pra mim. –Espero que se divirta e treine bastante aqui. Nunca se esqueça da sua irmã. E vá me visitar, vovó mora aqui perto. –Ela falou e sorri assentindo com a cabeça. –Não vou esquecer-me da minha única irmã e melhor amiga, te amo. – Falei abraçando a menina ao chegar no topo, já estava de frente para o acampamento quando beijei-lhe a bochecha. –Tchau. –Falei baixo e a menina sussurrou “Te amo” no meu ouvido e beijou-me a testa. No meu ombro estava a mochila e no braço estava a bolsa, ouvi o carro começar a andar e adentrei o acampamento, sendo recebida por alguns campistas.
Espécie
:
Semideus
Nível
:
1
Experience Points (XP)
:
(0/100)
Health Points (HP)
:
(100/100)
Mana Points (MP)
:
(100/100)
Denários
:
1.000
Dólares
:
2.000
Arsenal
:
Énkils — Espada de bronze
Vantagens e Desvantagens
:
Bênçãos e Maldições
:
Mascotes
:
Pontos [V&D]
:
5